Sou dessas, como outra qualquer
que carrega no útero o fardo de ser:
mulher.
Levo na face as rugas das colheitas
feitas
por minha mãe, avó.
A marca da lavoura de minhas gerações, do sim e suor
das submissões.
Criada no cheiro de terra, estrume
da cevada.
Pé descalço e machucado
das brincadeiras.
O balanço da corda e pneu
da mangueira.
Das unhas crescidas
que araram
a terra e a pele.
Apesar das tantas mãos
que amarraram
meus lábios,
saibam,
repito ainda mais forte:
não.
Já que sou assim,
filha de meu órgão.
E viva a força interior que nos ampara enquanto rompemos as amarras... Viva o não!
ResponderExcluirNossa, de repente me lembrou Pagu!
ResponderExcluirSeria este o ser superior, não é?
ResponderExcluirQue não mais gostoso de escutar...
ResponderExcluirQue texto mais bonito de olhar...
Amei!
Bjos
Rê