sexta-feira, 26 de abril de 2013


Perdão
mas me afogo
no raso.
são nos territórios
demarcados
e palpáveis
que me perco,
porque é preciso cavar
com os dentes
para encontrar o gosto,
de fato.
Morder as  bordas insonsas,
até  chegar ao fundo,
longínquo,
inalcançável,
sempre à espera.
Desejo antes devorar
as fronteiras
para sentir o que é novo
experimentar outro lado,
queimando a língua.
Porque os pêlos da pele
se eriçam
para ele:
o desconhecido.
Rugindo em seus ventos,
águas de fogo,
rajadas quentes.
Quero mirar o risco
não só com olhos
mas com o corpo todo,
ardente.
Beber as ondas,
engolindo o mar
para então,
desfazer-me.