segunda-feira, 17 de outubro de 2016



ontem choveu
via as janelas abertas
fora
tudo molhava
e dentro
enxurrada forte no peito
que já virou cascata
penso nas coisas que água leva
borrando o corpo
o contorno da letra
que também é água
aqui, no espaço largo do verbo
sou toda
cachoeira.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016




inquieta
a noite pousa nas letras
e em minha boca
beijo-as
em palavras
quando escrevo
para rascunhar delírios noturnos secretos
já tão expostos em versos
de uma poesia inacabada
sempre
...


porque tudo se esvai
só a poesia
persiste.