sábado, 30 de maio de 2015

mirante

poderia escrever
em silêncio
enquanto que sozinha
cheia de minha presença
distraio-me
por teus pensamentos
soltos
tão leves
que me levam
em balões de hélio
assim distante
esqueço de dar fim ao poema





só vejo tudo de cima
avoada.

domingo, 24 de maio de 2015

minha carne de poeta
em papel desfolha
exposta
sente
a tinta
em teu movimento
errante
como quem parte
sem destino
escrevo
pelas letras
o meu desatino
distante
numa miragem se despede
o ontem
me parece tão incerto
e nu
pelas páginas
atravessadas
já não o vejo
dispersa
de meu passado
não reconheço a memória
que me vem branca
como leite
é por isso que nas linhas
descrevo
e invento
as minhas histórias
tortas
sem fins
se dão apenas
pelo meio.

khttps://www.youtube.com/watch?v=-mHAuOibP-k

terça-feira, 5 de maio de 2015

o pássaro
em mim
atravessa em voo
a poesia
do céu
rasgada sobre minha boca
aberta
aos pingos da chuva
gosto
do gosto
da chuva
em mim
esparramada
viro água
viro outra
viro a página
do diário cotidiano
das ruas
pela cidade
sou habitada.