quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

sem precedentes
o amor,
invade e rasga
com seus vorazes dentes
os corpos
(invisíveis asas)
calças, botões, saias
para atravessar
até o mais fundo da epiderme
tocando uma pele
à outra
pelo poder do enlaço
de almas desconhecidas
que se reconhecem
somente
quando estão nuas
por isso que amar
é, também,
despir-se

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016



meu coração palpita
um tanto
fora de forma
do ritmo de outrora
torto
um coração palpita
ali, bem ao lado
solto
entretanto
ele é meu
bate nas ruas, na calçada
sem dono
pulsa nos andarilhos,
nas guerrilhas
nos conflitos
no peito que doído
do outro.