domingo, 12 de outubro de 2014


eu
minha metade
ou toda
inteira
talvez não tenha
mudado

sigo ainda
a figura taciturna
dos velhos retratos

a dança cega
que de desejo
se faz melodia
da palavra
que persiste
e caminha
pelos poros
em arrepio.

o estorvo
a loucura
tempos remotos
daquele poeta
que tapou-me os lábios
com tuas mãos
sujas de tinta

em meu corpo
por tua caneta
por ora
tatuado
esqueço
teu nome
e o verso
de outrora
fazendo-se
mudo
passado
com os anos

e eu
escorregadia
vacilante
perdida
em minha
memória
entrego-me
aos meios
inícios e finais
de nossa
já empoeirada
história.




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