Presa aos meus vícios,
à minha escrita
a essa cidade
sem vida.
Hoje eu grito prosa,
não é poesia.
Aos meus autores,
meus discos,
provocadores
de minha ferida.
Não vês como sou escrava
de minha própria via?
Está aqui presente:
minha carne,
que denuncia
toda fraqueza
que em mim
habita.
Portanto fogo imanente
Embala-me em teu canto.
Queima-me,
para que eu volte pelas cinzas,
num estado puro de semente:
Devora-me
cria-me,
faça meu rascunho novamente.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
terça-feira, 12 de outubro de 2010
canta em mim Carlos Drummond
Não tem nome
o que é desmedido.
Tudo que não se denomina
se faz infinito.
Para encher os olhos,
Ouvidos.
Fazendo inchar,
Doído
com todo o sentimento do mundo
que vive em nós,
escondido.
o que é desmedido.
Tudo que não se denomina
se faz infinito.
Para encher os olhos,
Ouvidos.
Fazendo inchar,
Doído
com todo o sentimento do mundo
que vive em nós,
escondido.
terça-feira, 27 de julho de 2010
E no ir e vir
do caos
de existir
vou perdendo
ganhando
um pouco de mim
Numa escolha
deixo um braço
Em folhas
me despedaço
na terra de onde vim
E se estou pela metade
é porque ser inteira
já não me cabe
pois a faca que me reparte
divide-me assim:
Sou adubo
pedaço
E em tudo
por onde passo
deixo plantado
o que resta
de mim
do caos
de existir
vou perdendo
ganhando
um pouco de mim
Numa escolha
deixo um braço
Em folhas
me despedaço
na terra de onde vim
E se estou pela metade
é porque ser inteira
já não me cabe
pois a faca que me reparte
divide-me assim:
Sou adubo
pedaço
E em tudo
por onde passo
deixo plantado
o que resta
de mim
domingo, 6 de junho de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Fluido: um solo para a satisfação
quinta-feira, 15 de abril de 2010
4/12/08 para 05/12/08 - Barroco – . Camila e eu poesiando .
Escondo na água
Que gruda na madeira velha
Escrita do outro nela
Surpreso em seu ato de estar
Minha boca que estala
O gole
O álcool
Assim, me desfaço
Na bebida que entalo
Me desculpo pelo dado
Erro grave
Penso em vão na sombra
Passo copo molhado
Minha boca que estala
Confundo o gosto de meus lábios
Com a cerveja
Com o cigarro
Vejo nomes na parede
De pessoas que nunca encaro
Fujo:
Desses olhos todos e
Me escondo
Me afundo
Coragem ou falta?
Mulher neste corpo encarnado
Em alma ardente fogo água
Ferro passado de boca molhada quente
Não sei se quero sair pra dançar
Ou se nessa mesa vou me guardar
Com esse copo
Com esse gole
Com esse corpo
Já sem nome
Sem o que
Quase não entendo
Te engulo toda em silêncio
Só pra poder compartilhar
(senti a diferença nesse copo de cerveja)
Vejo a poesia torta bêbada
As letras em curvas
Tão sôfregas
Como mãos
Trêmulas
Com nós
Laços e nós
Sal e saliva
Na água seca
Da garganta presa
Eu digo que não vou!
Ainda que TUDO que mais DESEJO
Seja dançar
Então pense em suas pernas
Nos pés
Aonde eles querem te levar?
É pra partir
Ou pra ficar?
Molho meus dedos
Nessa água suja
Seca surja
Molha-se na sujeira
Que nos purifica
Na cerveja
Que nos edifica
Assim há ar!
Eu não justifico o fato
De não pensar nisso
Pisca e assusta
Pés descalços-dentro
Meio presa
Ainda meio eu
Meio nós
Somos nós
Somos laços
Puros Pós
Mulheres Pedaços
Que gruda na madeira velha
Escrita do outro nela
Surpreso em seu ato de estar
Minha boca que estala
O gole
O álcool
Assim, me desfaço
Na bebida que entalo
Me desculpo pelo dado
Erro grave
Penso em vão na sombra
Passo copo molhado
Minha boca que estala
Confundo o gosto de meus lábios
Com a cerveja
Com o cigarro
Vejo nomes na parede
De pessoas que nunca encaro
Fujo:
Desses olhos todos e
Me escondo
Me afundo
Coragem ou falta?
Mulher neste corpo encarnado
Em alma ardente fogo água
Ferro passado de boca molhada quente
Não sei se quero sair pra dançar
Ou se nessa mesa vou me guardar
Com esse copo
Com esse gole
Com esse corpo
Já sem nome
Sem o que
Quase não entendo
Te engulo toda em silêncio
Só pra poder compartilhar
(senti a diferença nesse copo de cerveja)
Vejo a poesia torta bêbada
As letras em curvas
Tão sôfregas
Como mãos
Trêmulas
Com nós
Laços e nós
Sal e saliva
Na água seca
Da garganta presa
Eu digo que não vou!
Ainda que TUDO que mais DESEJO
Seja dançar
Então pense em suas pernas
Nos pés
Aonde eles querem te levar?
É pra partir
Ou pra ficar?
Molho meus dedos
Nessa água suja
Seca surja
Molha-se na sujeira
Que nos purifica
Na cerveja
Que nos edifica
Assim há ar!
Eu não justifico o fato
De não pensar nisso
Pisca e assusta
Pés descalços-dentro
Meio presa
Ainda meio eu
Meio nós
Somos nós
Somos laços
Puros Pós
Mulheres Pedaços
segunda-feira, 29 de março de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
Pela manhã
Antes de respirar
abra as janelas do peito.
Vá se misturar
com o sol,
o vento.
Serás uma coisa só,
um ser do firmamento
E depois da claridão
sua alma irá ressurgir
para que então,
possas respirar
e seguir
abra as janelas do peito.
Vá se misturar
com o sol,
o vento.
Serás uma coisa só,
um ser do firmamento
E depois da claridão
sua alma irá ressurgir
para que então,
possas respirar
e seguir
segunda-feira, 15 de março de 2010
Convite
quinta-feira, 11 de março de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Agora, já!
"Diminui a cerveja,
sua rouquidão!"
Ah... sobriedade tola
que me corteja,
eu tento,
mas é em vão...
No entanto,
se estou meio devagar
não tenha espanto,
pois sou desses pássaros mansos
que voam,
mas sabem voltar.
sua rouquidão!"
Ah... sobriedade tola
que me corteja,
eu tento,
mas é em vão...
No entanto,
se estou meio devagar
não tenha espanto,
pois sou desses pássaros mansos
que voam,
mas sabem voltar.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Um versinho para a Malemolência
De quando em vez,
fecho os olhos pra lembrar
do meu amor por vocês.
E é tão farto e generoso ,
esse meu carinho,
que pode até ser perigoso,
amar vocês
sempre
e mais um pouquinho...
fecho os olhos pra lembrar
do meu amor por vocês.
E é tão farto e generoso ,
esse meu carinho,
que pode até ser perigoso,
amar vocês
sempre
e mais um pouquinho...
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
domingo, 31 de janeiro de 2010
Ode ao ator
Assisto-te sendo esculpido,
seu corpo,
pelos deuses possuído.
Homem do palco
que se contorce,
se insinua.
E me põe em catarse,
nesse estado:
onde sou eu,
sou você
sou sua.
seu corpo,
pelos deuses possuído.
Homem do palco
que se contorce,
se insinua.
E me põe em catarse,
nesse estado:
onde sou eu,
sou você
sou sua.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Único Ato
Vem ver amor, corre!
Vem assistir
o nascimento de mim
a que pele que escorre,
para se renovar.
Sou tão crua meu bem
e vou me parindo assim,
antes de me acabar.
Vem? Sei que não aplaudirá
o meu triste espetáculo de nascer
que não tem fim,
pois nunca estreará .
Vem assistir
o nascimento de mim
a que pele que escorre,
para se renovar.
Sou tão crua meu bem
e vou me parindo assim,
antes de me acabar.
Vem? Sei que não aplaudirá
o meu triste espetáculo de nascer
que não tem fim,
pois nunca estreará .
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Aviso
Aqui moço, o recado tá dado:
Meu coração é duro!
Mas, se bater antes de entrar,
tá convidado, eu juro!
Meu coração é duro!
Mas, se bater antes de entrar,
tá convidado, eu juro!
domingo, 3 de janeiro de 2010
Para quem acredita em dragões
Rê
Li sobre os tais dragões e devo confessar que eles me devoraram subitamente, para dentro de mim, onde meus bichos sentimentais estão guardados com mofo, esperando para serem seduzidos e caçados.
Eu espero querida, confesso. Espero ser desfiada lentamente, músculo por músculo pelos dentes desses animais, os quais sempre serão maiores e mais encantadores do que eu humana. E quando eu estiver morrendo baixinho, sem fazer barulho, sendo sugada pela sua energia de alecrim e hortelã, me sentirei mais pulsante e viverei.
Toma-me a idéia de domesticar um dragão, nessa ilusão de morar com um. Ele vai parecer manso, com escamas previsíveis e anatômicas para acolher meu corpo humano. E assim, penso como Caio Fernando Abreu “que seja doce, que seja doce.” Faço-me leve e pronta para ser uma presa-presente.
PS.: Fico envorgonhada sendo olhada pela capa do livro, pelos os olhos de Caio F.
Li sobre os tais dragões e devo confessar que eles me devoraram subitamente, para dentro de mim, onde meus bichos sentimentais estão guardados com mofo, esperando para serem seduzidos e caçados.
Eu espero querida, confesso. Espero ser desfiada lentamente, músculo por músculo pelos dentes desses animais, os quais sempre serão maiores e mais encantadores do que eu humana. E quando eu estiver morrendo baixinho, sem fazer barulho, sendo sugada pela sua energia de alecrim e hortelã, me sentirei mais pulsante e viverei.
Toma-me a idéia de domesticar um dragão, nessa ilusão de morar com um. Ele vai parecer manso, com escamas previsíveis e anatômicas para acolher meu corpo humano. E assim, penso como Caio Fernando Abreu “que seja doce, que seja doce.” Faço-me leve e pronta para ser uma presa-presente.
PS.: Fico envorgonhada sendo olhada pela capa do livro, pelos os olhos de Caio F.
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