bebo litros de café
em meio às letras escritas e borradas
confundo o gosto do texto com as bordas de minha xícara
amacio com os dedos os borrões turvos de um amarelo amanhecido,
como o dia cinza
que nebulosamente se abre em chuva
por trás de minha janela de cortinas fechadas e abertas para poesias
bebo litros de café
enquanto sinto as mãos suaves do inverno sobre minha boca
esmaecida.
...
quarta-feira, 22 de junho de 2016
segunda-feira, 20 de junho de 2016
...
quando em mim tudo é ausência
e me alimento da memória
de passagens impregnadas na pele
histórias
que levo no corpo.
assisto tudo com calma,
contemplação
agradecendo ao tempo
e seu misterioso rastro
milagroso, irreversível
dou-lhe todas as minhas marcas
em forma de prece
jorrando a poesia silenciosa
do cheiro, que revela
na falta
quando em mim tudo é presença.
...
terça-feira, 14 de junho de 2016
pelo menos
por enquanto
até as minhas mãos aguentarem mais a escrita
até a escrita não aguentar mais as minhas mãos
e os meus pés a dança
e a dança os meus pés, e meu corpo movimento
gritar com o mundo e dizer
estou aqui, mesmo que não me veja
esse é o meu cheiro
de carne
e terra.
serei inteira
toda
enquanto, tudo torna-se poeira
sujos escombros do mundo
rasgo as minhas correntes
internas, presa ao fundo
para ser toda
ao menos, por enquanto
quando
escrevo e danço
sou
eu, e elas
todas
porque amo
e amar é revolucionário
porque danço
e escrevo
como estratégia de sobrevivência
mesmo quando me tapam as mãos, a boca,
não prenderão jamais, meus pés, que já estão
quando escrevo
pois voo
sou estrangeira
ao menos por enquanto,
enquanto
sou essa
e tantas
quando escrevo
com todo o meu corpo
rasgo o involucro da lagarta
mordo
nasço
a cada instante, pelas letras que aqui deixo
porque escrever
é resistência.
por enquanto
até as minhas mãos aguentarem mais a escrita
até a escrita não aguentar mais as minhas mãos
e os meus pés a dança
e a dança os meus pés, e meu corpo movimento
gritar com o mundo e dizer
estou aqui, mesmo que não me veja
esse é o meu cheiro
de carne
e terra.
serei inteira
toda
enquanto, tudo torna-se poeira
sujos escombros do mundo
rasgo as minhas correntes
internas, presa ao fundo
para ser toda
ao menos, por enquanto
quando
escrevo e danço
sou
eu, e elas
todas
porque amo
e amar é revolucionário
porque danço
e escrevo
como estratégia de sobrevivência
mesmo quando me tapam as mãos, a boca,
não prenderão jamais, meus pés, que já estão
quando escrevo
pois voo
sou estrangeira
ao menos por enquanto,
enquanto
sou essa
e tantas
quando escrevo
com todo o meu corpo
rasgo o involucro da lagarta
mordo
nasço
a cada instante, pelas letras que aqui deixo
porque escrever
é resistência.
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