terça-feira, 29 de setembro de 2015

poeta,
o que posso eu
senão, amar?
não há bens em meu nome,
não tenho livros escritos,
nem mesmo árvores por minhas mãos plantadas.
minha casa
é onde estou
e quando:
nos poemas escritos
sem destinatários
atravesso um dos caminhos
para entregar
quem sabe?
um leitor distraído
para bater em sua morada
na viagem interminável
que teimo em traçar:
de não ter para ser
de partir para estar
sempre
ao seu lado,
poeta.

Para Carlos Drummond de Andrade

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