quarta-feira, 9 de abril de 2014

suspensão

à deriva
vejo os meus sonhos
todos desvirados
como roupas
penduro-os em varais
suspensos
e longínquos
impalpáveis.
respiro
cedo
estendo as mãos
ao relento
cheiros
e gostos
como se pudesse
alcançá-los.
mas apenas miro
distraio-me
vendo-os ali
postos na alta madrugada
aguardo,
sentindo-os perto
e eles em estrelas
pendurados
sento-me
preparando o salto
impulso
para caminhar até as lonjuras
da madrugada.

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