terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Espelho inverso

temo ter perdido
minha imagem
que dissolve
grave
no gosto da língua
meu rosto
pouco torto
míngua
bota-me como miragem
do que sou
e mira:
a pele
que se desfaz
toda engolida
crua
por minha garganta
ávida
lívida
engulo-te
meu reflexo
todo
não,
não sou tua cria
estou à margem
sou a outra
contrária
jamais vista.

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