terça-feira, 21 de agosto de 2012

Para Hilda Hilst


às vezes, quando
esse sentimento
inquieto
me toma
culpo
a ignorância,
bicho/traça
parasita
sanguessuga
que carrego
comigo
justamente
por não saber
meto-me
no sempre
desconhecido
espiral no estômago
descarregamento
de ideias
diarreia do verbo
escapam
a todo sentido
fogem
arredias
brotam da pele,
atravessam o suor
pulam do ouvido.
e voltam pra boca
sistema externo sanguíneo
daquilo que me devora
forças, cantos, gritos
que vão
e voltam
ciclo infinito
portanto
Clamo Hilst
componha
ou passe a faca,
Hilda,
mate.
toda a fome da noite
e o zumbido


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