Foi instantâneo, assim como o pó de café que acabei de dissolver na água fervente. Na tentativa de me manter acordada, e como já tinha tomado o café depois do almoço, resolvi procurar um capuchino, ou um mate pra ficar mais ativa. Tudo tinha acabado, aí vejo um pó de café desses rápidos.
Pronto, cai a chuva. O café de gosto ruim que me lembrou a sua empolgação infantil, de uma tarde de expectativa, quando você tinha acabado de comprar a praticidade embalada: “Isso é pra gente tomar lá em São Paulo, isso é pra viagem”! Naquele meio tempo, choveu, molhando tudo o que tava seco, árido e empoeirado. A gente se acostuma a viver com a ausência, com a falta. A gente trabalha, estuda, viaja, se apaixona, desapaixona, conhece pessoas, e pensa que tá tudo seco. Mas a lacuna fica lá, onde menos se espera, calada em pausa de espera.
E quando ela grita, como nesses momentos bestas, a gente se surpreende e fica bobo de ver como o seco vira lama, argila, que a gente esculpe e coloca na varanda pra secar bonito com o sol.
para dona Fátima
Oscilando entre "parar pra pensar" e simplesmente ir vivendo.
ResponderExcluirCara, escreve alguma coisa com o cometário que vc me deixou sei lá. Ia ser demais.
ResponderExcluir