sábado, 24 de dezembro de 2011

Sobre o pão e o tempo



Talvez os tempos sejam particulares
cada um partilha do seu,
como lhe cabe.
A beleza mora, portanto, em tempo rachado
Quando o dividimos em dois, três, quatro.
Servidos em ceia farta
Comendo junto às experiências servidas à mesa
tornamo-nos janta e sobremesa
um do outro.
E no milagre da antropofagia
percebemos que só existimos pelo encontro
no momento em que damos
 fatias largas ou pequenas
doces ou amargas
de tempo.
Tempos felizes ou tortuosos
Que durante a ceia da vida
são postos
para que sejam divididos
tornando-se
nossos.

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