quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Pororoca


Em todos os fins das águas
deságuo
no infinito próspero das palavras
Mar que inconscientemente percorro
E sou percorrida
Nuvem diáfana
Transparente e clara
Paradoxalmente
tão nítida,
que como espelho d’água
reflete a imagem:
O retrato de minha mente e alma
o “eu”
como o devir de uma mar em ressaca.
E esse rosto?
Pernas?
Mãos?
A quem pertencem?
Se os meus olhos tocam
em ondas
as suas mãos...
Atravesso todas as suas fendas
cavidades e vãos..
deságuo numa profundidade
em sua pele,
pelo toque de meu olhar
Olho-epiderme.
Perdoa-me
por tal intimidade.
Mas decorro seu corpo em águas
navego seus rios,
transponho-me até sua ilha
Sua solidão inabitada.  

3 comentários:

  1. Como consegue descrever-me se nem me conhece?
    uahsuahsuahsuahsushuah
    Te acompanho a algum tempo e olha só tem ganho!
    Mirela, não sei se te coneço ou se passei a me conhecer em seus textos, que aliás, lindos são.

    ResponderExcluir
  2. Olá, muito obrigada! que bom receber respostas!

    ResponderExcluir