E o que se faz?
Pra onde vão todos os momentos,
onde meto?
Vasculho a memória
Pego pelo dedo
Seguro pela ponta
Percorro o próprio estar
Que é esse agora,
O sendo.
É isso? Sou escrava do instante?
De meus próprios pensamentos?
Onde estão as janelas?
Abram-se,
Faça escapar todo esse sentimento:
Esse bicho de ser e estar sendo,
Que come e é comido
e em estado constante de devoramento.
Deixe correr
O presente fugido.
Pois a lembrança eu pego pelo dedo
E se tudo vai sendo engolido,
Já que as janelas de mim têm fechos
Tudo brota escondido
Em lugares que desconheço.
É como um processo de digestão,
Sem fim ou começo.
Como e sou comida pela doença que padeço:
Do ser em contradição
Que não se fixa ao tempo.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Querido Caio
Sou agora como um voo. Sopro de ar, asas de vento. Corto-me em rasantes alturas com quedas vertiginosas. Estou no "limite do branco" como você mesmo diz. AS minhas veias são como leitos que deixam o meu rio interior correr. Sim, esta é a cor do meu "eu" daqui de dentro: vermelho. O meu intro se expande em lateralidades de rouge. É minha respiração que percorre o esqueleto, colorindo os meus ossos com cores que não tem nome. Asas e sopro? Sou elemento fogo, quase dragão. Os "dragões não conhecem o paraíso" porque tenho a plena consciência de que dragões não são bichos domesticáveis.
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