domingo, 3 de janeiro de 2010

Para quem acredita em dragões



Li sobre os tais dragões e devo confessar que eles me devoraram subitamente, para dentro de mim, onde meus bichos sentimentais estão guardados com mofo, esperando para serem seduzidos e caçados.
Eu espero querida, confesso. Espero ser desfiada lentamente, músculo por músculo pelos dentes desses animais, os quais sempre serão maiores e mais encantadores do que eu humana. E quando eu estiver morrendo baixinho, sem fazer barulho, sendo sugada pela sua energia de alecrim e hortelã, me sentirei mais pulsante e viverei.
Toma-me a idéia de domesticar um dragão, nessa ilusão de morar com um. Ele vai parecer manso, com escamas previsíveis e anatômicas para acolher meu corpo humano. E assim, penso como Caio Fernando Abreu “que seja doce, que seja doce.” Faço-me leve e pronta para ser uma presa-presente.

PS.: Fico envorgonhada sendo olhada pela capa do livro, pelos os olhos de Caio F.

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