quarta-feira, 16 de agosto de 2017

invade-me o tempo
em seus rios turvos
sinuosos
de curvas
minutos
horas
inunda-me o tempo
de hoje e outrora
como se pudesse rasgar o seu rio
mergulhando ao passado
do que fui
ao futuro do que serei
nas rugas das mãos
molhadas
vendo-me senhora
contenta-me, tempo
em sua paciência indócil
com os meus desejos
de cavalo selvagem
que sou
tentando atravessá-lo em galopes
de vento
seja-te tempo
em meu corpo, sua história
a face
de minha pele em suas dobras
trajetória
porque não sei de seus segredos
mais do que me mostra
sendo sempre esta
mas nunca a mesma
a qual,
demoradamente
te olha

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