quarta-feira, 25 de julho de 2012

Cabe dizer
que eu caberia em ti
se acaso
tu coubesses
em mim
mesmo
que do lado
           
               talvez
               quem sabe
               uma cobertura
               ou telhado
               poderia nos caber

               inteiros
               ou um cado
               da gente
                          assim
               sob um
               acobertado
               que seria nosso
               com-par-ti-
                               lhado
com?
par? ou para?
ti..


duas peças
descartáveis
dispensáveis
caberiam em si?

Há de caber minha loucura
em sua insanidade?
como encaixar tamanhos inigualáveis?
e mesmo que tais peças se colassem
seria excesso e não metade
não caibo em ti
porque não me caibo
deslizo
des-caso
por isso 
sempre
descaibo 
em mim
peça invertida
variável
desmedida
incabível
em seu tablado.



      


segunda-feira, 2 de julho de 2012


És todo o exposto
oculto impossível
Dos pés ao rosto
poesia perecível
És a tinta
e o esboço
Da pintura estriada
descabida
Fora de moldura
retas, traços
curvaturas
Que distinguem
Tu
obra tão inigualável
de essência revestida
Que te tornas moldável
pelas diretrizes do tempo
O que dizes?
Quando te reescrevo?
Eu temo
Pela tua pintura
Escrita
Em alto relevo
apenas não me contenho
Preciso compor em ti
e por ti
Pele
Face de meu segredo
Tão revelado
Que toca o que é de dentro
da mesma forma quando te leio
Prescrita em outro monumento
outro que não esconde
a alma e seu retrato
posto que se tornas por ti
pele
puro devir
de um presente- passado
quando toco
histórias
marcas
pecados
São tuas...
Somente tuas...
Poesias
De puro tato.