quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Rebento

Sangue em broto
expelido,
arrebatado
do meio daquele corpo:
fez-se a cria.
Do mesmo cheiro embutido
daquela que paria,
nasce a semente
já com folhas
espinhos
fazendo-lhe em botão.
Eis, que mais tarde,
aquele ventre ainda gera,
a mesma criatura:
que agora pede para dela fugir.
E em forma de caule,
a semente tão crescida
geme e arde,
para se fazer sair:
daquele corpo-mulher,
que duas vezes gerou,
que duas vezes pariu,
a mesma filha que floresceu
e partiu.

2 comentários:

  1. Sinceramente, a maioria das suas poesias não dá pra entender sem seus próprios contextos... Mas isso tem um lado bom: eles são repletos de sentimentos.

    Mil abraços! (Ah, acho que hoje à noite já estarei em Lorena! =D)

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