quando um corpo vai
e outro corpo fica
há sempre um limite entre o desejo
de ficar
ou de partir
há sempre um entremeio
um laço invisível entre os corpos
e suas distâncias.
domingo, 31 de janeiro de 2016
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
uma boa mulher aprende desde cedo a sentar com as pernas fechadas
uma boa mulher escuta primeiro a palavra mulher
para depois escutar a palavra menina
uma boa mulher se prepara
sempre para os outros
para ser bonita
limpa
uma boa mulher aprende desde cedo a se portar como uma boa mulher
aprende que precisa ser feminina e ter a boca bem limpa
não falar nome feio e não se misturar com meninos
uma boa mulher gosta de ouvir que é bonita
tira boas notas e é elogiada
pela professora
pela família
uma boa mulher tem o boletim bonito mas ganha menos que os meninos
mesmo trabalhando melhor e mais, como as outras meninas
uma boa mulher precisa casar para ser reconhecida
para ser vista como uma mulher feliz e boa
para seu marido, filhos, filhas
mas sorte é que antes de ser
boa, as mulheres são
sozinhas
e
andam por aí escolhendo,
as más companhias:
aquelas que
dizem
não:
não somos boas meninas.
uma boa mulher escuta primeiro a palavra mulher
para depois escutar a palavra menina
uma boa mulher se prepara
sempre para os outros
para ser bonita
limpa
uma boa mulher aprende desde cedo a se portar como uma boa mulher
aprende que precisa ser feminina e ter a boca bem limpa
não falar nome feio e não se misturar com meninos
uma boa mulher gosta de ouvir que é bonita
tira boas notas e é elogiada
pela professora
pela família
uma boa mulher tem o boletim bonito mas ganha menos que os meninos
mesmo trabalhando melhor e mais, como as outras meninas
uma boa mulher precisa casar para ser reconhecida
para ser vista como uma mulher feliz e boa
para seu marido, filhos, filhas
mas sorte é que antes de ser
boa, as mulheres são
sozinhas
e
andam por aí escolhendo,
as más companhias:
aquelas que
dizem
não:
não somos boas meninas.
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Tem gosto de sal
Em toda minha escrita
Espessa
Nāo sei mais o que é ontem
Porque o hoje consome todo meus desejos
Num lento calendário
Que é mar
E o tempo
Se faz no poema
Onde me encontro no espaço
Solitária escrevo
Voo com as gaivotas
Até o horizonte
E retorno
para as letras
Como ondas
Em movimento
Danço com as águas
E Escrevo
Para viver
Mais uma
toda a paisagem
Que guardo no corpo.
Em toda minha escrita
Espessa
Nāo sei mais o que é ontem
Porque o hoje consome todo meus desejos
Num lento calendário
Que é mar
E o tempo
Se faz no poema
Onde me encontro no espaço
Solitária escrevo
Voo com as gaivotas
Até o horizonte
E retorno
para as letras
Como ondas
Em movimento
Danço com as águas
E Escrevo
Para viver
Mais uma
toda a paisagem
Que guardo no corpo.
Venha
Quando não quiser mais nada
E eu
Farta de minha existência
Repousarei em ti
Meu corpo também cansado
Em teu dorso
Deitada
Sentirei no rosto
Nas têmporas vermelhas
O suor de nosso encontro
Traçado so acaso
Serei tua
Em todas as noites de sua peregrinaçāo
Serena
Pois pelo dia
Parto
Como um sonho
E suas māos
Nas minhas
Viram memória
Venha
Meu eremita
Antes que o presente escape
Quando o dia acabe
Venha
Antes que eu me esqueça.
Quando não quiser mais nada
E eu
Farta de minha existência
Repousarei em ti
Meu corpo também cansado
Em teu dorso
Deitada
Sentirei no rosto
Nas têmporas vermelhas
O suor de nosso encontro
Traçado so acaso
Serei tua
Em todas as noites de sua peregrinaçāo
Serena
Pois pelo dia
Parto
Como um sonho
E suas māos
Nas minhas
Viram memória
Venha
Meu eremita
Antes que o presente escape
Quando o dia acabe
Venha
Antes que eu me esqueça.
domingo, 10 de janeiro de 2016
não quero o retorno
ainda me falta muito
desde as palavras que não consigo escrever
até os caminhos traçados pelo sol
que não percorri
não quero o retorno
ando entre as pedras
para o entendimento de meu corpo
já tão distante do resto
e presente
no essencial
não quero o retorno
meus sonhos
têm cheiro de terra
e os pego com os dedos
firmes
como se fossem teus
grande eremita das matas
aquele que banha meu corpo
com suas mãos selvagens
doces
não quero o retorno
pois estou no alto da montanha
ensolarada
à espera da noite,
para dormir
em suas estrelas
não quero o retorno
porque ainda navego
para perto de ti
meu eremita
ainda me falta muito
desde as palavras que não consigo escrever
até os caminhos traçados pelo sol
que não percorri
não quero o retorno
ando entre as pedras
para o entendimento de meu corpo
já tão distante do resto
e presente
no essencial
não quero o retorno
meus sonhos
têm cheiro de terra
e os pego com os dedos
firmes
como se fossem teus
grande eremita das matas
aquele que banha meu corpo
com suas mãos selvagens
doces
não quero o retorno
pois estou no alto da montanha
ensolarada
à espera da noite,
para dormir
em suas estrelas
não quero o retorno
porque ainda navego
para perto de ti
meu eremita
sábado, 9 de janeiro de 2016
entre as pedras
do rio
no ar
recolho as belezas que me foram doadas
quado já não esperava mais nada
e encontrei
o encanto mais singelo
misturado à terra
e aos meus pés nus
quando se tocam
em dias de chuva
em tua relva
bebo
a água
que me torno
doce e serena
falta-me, às vezes, tanto
mas em ti, fortaleza
sou repleta
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
Há algo que vai
Enquanto tudo permanence
As rochas
Verdes, cinzas de beleza
Estão
Quando tudo já foi:
O vento. A chuva
Meus amores
Soltos
Esvaídos pelo tempo
Não são rochas
Nem mesmo fagulhas de momento
Em fogo
São águas
Sempre correm
Uns retornam
Alguns partem
Outros
Viram poemas
Escritos
Insólitos.
Há algo que vai
Enquanto tudo permanence.
Meus ossos
E sonhos.
Enquanto tudo permanence
As rochas
Verdes, cinzas de beleza
Estão
Quando tudo já foi:
O vento. A chuva
Meus amores
Soltos
Esvaídos pelo tempo
Não são rochas
Nem mesmo fagulhas de momento
Em fogo
São águas
Sempre correm
Uns retornam
Alguns partem
Outros
Viram poemas
Escritos
Insólitos.
Há algo que vai
Enquanto tudo permanence.
Meus ossos
E sonhos.
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