quarta-feira, 28 de outubro de 2015
a pele estrangeira
de minha alma
se descasca
a cada desabrochar
fora da primavera
quando me tornei
rosa alheia
rubra e misteriosa
tão indiferente aos espinhos
que me atravessam
inteira
chupo as gosta de sangue
expelidos pelas pontas dos dedos
de meu quase caule
num passado semente
deixado
por minhas digitais
já pálidas pela vida
as quais somente
se desfazem
em manchas
de um poema precoce
arrancado da terra
jorra vivo
bate na janela da alma
escapa
dos pulmões e costelas
crescendo forte
em meu peito.
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