quarta-feira, 30 de janeiro de 2013


uma mulher que escreve
dilata pelos poros 
e não se cabe
se doa
compartilha
se reparte 
se vicia
no gosto
da letra 
que escorre
nas vísceras.
vira um nó
de pele 
e escrita.
uma mulher que escreve
sempre peca 
em demasia
porque uma mulher que escreve
apenas cumpre
sua sina
de viver
pela poesia.

  

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Maré

na escrita
ritornelo
meu corpo
descoberto
é onda.
bate
ressoa
quebra
no espaço
interminável
do verso.
estrondo:
água na pedra
quebra
meu verbo
o habitante do meio
sem
fins
ou começos
nasce do avesso.
porque pulsa
por todo
o movimento
a água
que rasteja
pega areia
e volta
como o sangue
correndo dentro
não pára
e retorna
fluxo
vivendo nas veias
puxa como o mar.
por amar
somente
o não paradeiro.

de olhos fechados para qualquer farol
mergulho sempre no mais fundo.